sábado, 27 de outubro de 2012

verão

"nos desencontros de tantos abraços vazios, sempre há sentimento.
era simples: não deveriam ser aqueles."

E quando o tempo passou, ele viu que era somente certos abraços que desejava. Uma cada vez maior vontade de se deixar envolver...
Nessa época que cheirava a manga e laranjas-do-céu, encontrou o firmamento nos braços de quem jamais imaginara... E sempre querendo mais, andava pelos cantos, choroso.
Choroso pela mais extrema alegria que, inimaginada, fazia-se maior do que supunha possível. Os planos e os motivos do futuro ganhavam contornos simples, modestos, justamente porque o mais ambicionado já possuíam - braços firmes para abraçar e prender pelo tempo que fosse necessário um ao outro.
E iam com sorrisos indisfarçáveis pelas ruas do verão, com o calor do mistério no coração e com luz nos olhos marejados.
O mundo parecia exultar e exuberante oferecia cores vivazes aos dois.
Tomates rubros para a salada, abacaxis perfumados para as tardes de domingo, os kiwis verdes e raiados para os lábios úmidos, as laranjas frescas para os sucos das manhãs, pimentas malagueta, alfaces roxas, árvores pintadas de lilás, o céu azul-profundo... Uma celebração à vida se juntava aos sentimentos, tornando tudo cinematográfico!
Já não era nada gris... Os abraços certos vieram no verão, quentes como a estação.

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