terça-feira, 8 de janeiro de 2013

sabe a ácido

dançam nas palmas das minhas mãos os reflexos das estrelas do teto do teu quarto. deitados olhamos uma eternidade artificial com copos de vinho merlot equilibrados em cima de livros velhos...
"vamos parar por aqui... é tarde."
lembro de escuridões por onde transitei e de coisas que não queria ter feito pra hoje ser mais perfeito pra você. é inevitável viver e não quero me arrepender de você.
o asfalto acaba passando, além de sobre a rua, por cima do coração. encerra em algum lugar muito profundo uma idéia de quem se poderia ter sido.
os co(r)pos de plástico pelo chão. as carteiras de cigarro vazias pelos cantos. as garrafas de conhaque barato. os energéticos desnecessários e os beijos dentro das bolsas, com gosto de um centavo - metálicos, descartáveis. tudo o que os meus livros velhos e manchados de vinho disseram pra eu não querer... foi inevitável: vivi.
a cidade faz olvidar, inclusive do que não se quer.
livros não têm o mesmo gosto do que se proíbe.