domingo, 26 de maio de 2013

o silêncio de dentro da semente guarda o mistério,
o barulho de mais um universo surgindo,
o som de um surdo marcando os passos,
o fim do torpor, o início, o acrotério:

e, superada a dor de romper a casca dura,
impulsa a vontade do exterior a ser desbravado,
e a luz jorrando entre os grãos de terra,
dá a força para enfrentar as agruras.

o silêncio a faz brotar, contorcer-se,
esquivar-se, enraizar-se e aninhar-se,
e onde antes havia somente terra bruta,
silente, do ventre do grão, vem a vida,

frágil, minúscula, eterna:
por amor ao universo.