terça-feira, 27 de setembro de 2011

ao meio dia

teus lírios em minhas mãos
como grandes juncos que se mexiam na lagoa
o vento do sul te trazia aos meus dedos
e o sal do mar cortava meus lábios:

eu te trazia sobre meu peito,
ardendo, inflamado por noites sem dormir.
teus pesadelos desenhavam caracóis no meu cabelo,
e quando eu buscava o teu beijo: rejeição.

vem! que ainda há tempo
fecha a ferida de sangue,fecha meus olhos, vem!
abre meus poros pra ti.

não importa a distância,
importa meu peito que te quer
importa que minha pele te precisa.
pode vociferar contra teus sentidos.
não há mais nada a ser feito.
é simples colocar a culpa em outras pessoas. soa pueril e serve de desculpa pra fracassos.
assumir as próprias falhas não é humano: por isso os deuses foram inventados.
tomar os erros nas mãos e apresentá-los ao mundo requer conhecimento de si mesmo, antes de tudo.
não temos: nem eu, nem tu.
o que me ocorre é parcial: alguns erros os vejo, assumo e calo.
pesa no coração, pesa na mente. no entanto, fere menos àqueles aos quais incriminamos.
não adianta atribuir todas as tuas derrotas a mim ou a outrem: são tuas, apenas. ...
já diziam os estóicos.