quarta-feira, 26 de outubro de 2011

prece

como uma prece, desfio minha prosa a você.
como uma prece profunda e sagrada:
reverencio tuas linhas desenhadas no vazio do espaço
e as venero quando próximas, na distância do nosso abraço.
é tanto que sinto e tão pouco que tenho - me frustra não poder esperar.
o tempo trai o sentido da ausência:
se prolonga desde a eternidade,
me prolonga até você e me lembra de mim.
sou eu, apenas eu.
uma prece a mim e que ainda não é.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

paradoxo

pode o meu coração traçar os paralelos que teus pés seguem?
podem os meus olhos buscar meridianos para ser teus guias?
no paralalelo 30º perdi o senso e no teu Trópico de Capricórnio havia desertos...
ainda procuro nuvens, selvas, oceanos e praias em teu corpo distante...
mãe de meus dedos desesperados,
pai de todas as marchas infindáveis,
me reconduz a ti,
me afasta de tua boca,
me aproxima do teu ventre que é eterno o meu desejo.
me empurra para os canions mais profundos,
quero os mistérios dos olhos cor do Caribe,
teu cheiro de almíscar inebria os desavisados.
quero para sempre a distância que nos estreita.