segunda-feira, 18 de julho de 2011

andava sentindo o som quadrado do mundo ao redor. e tudo penetrava tão fundo na carne: o medo, a alegria, a música, a luz, as pessoas... e era uma dor tão profunda e tão boa que se deixava morrer, como se estivesse se dissolvendo em um espaço atemporal.
a cabeça girando não era em cidade alguma. não era em dia nem em noite. apenas esvaía a matéria.
o amor, etéreo, se mostrava feroz e despedaçava a carne. as mordidas se estendiam pelos dedos, percorriam os peitos e os frêmitos sonoros, agudos, relampejavam pelo ar frio de um lugar duro.
a boca enchia-se de saliva e os odores entravam pelas roupas que se desprendiam rasgadas do corpo. era estranha a sinfônia de movimentos e era insabida a alegria do segundo próximo...
sabia onde tudo resultaria. a dor. a alegria. o prazer e o beijo. a cama sozinha dizia do frio que passou.
as alucinações sempre eram reais contigo.

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